Proclamação da Independência faz 198 anos e é celebrada desde o extinto Território Federal do Guaporé
A Semana da Pátria começa neste 1º de setembro. Desde o século passado, a celebração da Proclamação da Independência Brasileira é lembrada com muito fervor entre alunos de diversas escolas, autoridades civis e militares que aqui servem em Rondônia, desde o antigo Território Federal do Guaporé.
Por causa da pandemia da Covid-19, as solenidades externas dos 198 anos estão todas canceladas. Governo Estadual e Forças Armadas cumprem rigorosamente recomendações dos Ministérios da Defesa e da Saúde, no sentido de evitar aglomerações que possam facilitar o contágio das pessoas pelo novo coronavírus.
Acendimento da pira*, hasteamento da Bandeira e entoação do Hino Nacional na praça do Palácio Rio Madeira não irão acontecer.
A importância da Bandeira Nacional é a representação que dá ao País, o que indica nacionalidade. É um dos símbolos mais importantes que uma nação possui. A Bandeira Nacional serve para representar o Brasil no exterior, mas também como representação de cidadãos ou governo no próprio País.
Tradicionalmente, os festejos comemorativos nas principais cidades do País são marcados por garbosos desfiles dos quais participam tropas das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), escolas, algumas instituições e entidades, e até veteranos da Força Expedicionária Brasileira que lutaram na Segunda Guerra Mundial.
A Semana da Pátria de 2020 se limitará a atos simbólicos ou virtuais. O Governo de Rondônia mostrará numa série de matérias, a partir de amanhã, o trabalho da Aeronáutica, do Exército Brasileiro e da Marinha nesta parte da Amazônia Ocidental Brasileira. Também fazem parte dessa série, histórico e atividades do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Militar de Rondônia.
Não se dormia direito na véspera, tamanha era a ansiedade em desfilar. A realidade estudantil dos anos 1950 e 60 em Porto Velho fazia brotar o patriotismo natural em cada menino ou menina. Patriotismo é o sentimento de amor ao País e aos símbolos nacionais (bandeira, hino, brasão, vultos históricos, riquezas naturais e patrimônio material e imaterial).
Fotos antigas mostradas na internet, arquivadas no Museu da Memória Rondoniense (antigo Palácio Presidente Vargas), ou em algumas escolas estaduais, mostram desfiles escolares e festividades. Fizesse calor ou chovesse no dia 7 de setembro, o jeito antigo de comemorar fora bem ensinado e vivido pela Capital (Porto Velho) do extinto território.
“Antigamente as comemorações eram bem abrangentes, sempre ligadas à ideia de soberania territorial”, lembra o memorialista Anísio Gorayeb.
Segundo ele, nas décadas territoriais, o que identificava “o verdadeiro cidadão patriota” era o conjunto de atitudes de devoção para com a Pátria e a participação socioeducacional cultural.
Gorayeb explica: o termo nacionalismo seria usado erroneamente por algumas pessoas. “Podemos dizer que nacionalismo é considerado uma ideologia, que leva as pessoas a serem patriotas; ser nacionalista não implica algum ponto de vista político particular, à exceção de uma opinião da nação como um princípio organizado fundamentalmente na política, agora, ser patriota significa fazer algo de bom pelo País e por sua cultura”.
E o uniforme? “Era de gala”, responde o memorialista, todo ele confeccionado por alfaiates ou costureiras. “Havia muitos deles dedicados a esse serviço, tínhamos que ir várias vezes ao ateliê para tirar provas antes do arremate”, conta Gorayeb.
Na véspera do desfile, conta ainda, os rapazes engraxavam os sapatos e as mães passavam os uniformes, algumas usando ainda o ferro a brasa. Gorayeb é de uma geração que cantava o Hino Nacional, Hino à Independência, Hino à Bandeira, e se estudava uma disciplina chamada Organização Social e Política do Brasil (OSPB), sucessora de Moral e Cívica. Era nessa aula que as gerações dos anos 1950 e 1960 aprenderam não apenas hinos, mas a função de cada um dos poderes e as atribuições de vereadores, deputados, senadores, governadores e prefeitos.
Já o desfile da independência era obrigatório para todos os alunos. Segundo lembra o memorialista, todos eles “tinham orgulho de marcar o passo e desfilar com muito garbo pela sua escola”.
“Orgulho maior era quando éramos escolhidos para conduzir uma das bandeiras, ou abrir um dos pelotões nesses desfiles”, acrescenta o memorialista.
Logo após as férias de julho, todas as escolas iniciavam os ensaios para o grande dia. Havia também muita rivalidade entre as escolas, pois todas se esmeravam para realizar um desfile perfeito. Essa rivalidade ocorria sempre entre as escolas públicas e privadas.
Em comemorações anteriores, na avenida Imigrantes, o Governo do Estado organizou e contou com a colaboração de todas essas instituições e corporações, além da participação de escolas estaduais, escolas municipais.
QUEM DESFILAVA ANTIGAMENTE
Das escolas privadas ou institucionais, apenas duas desfilavam nos anos 1960: o Colégio Dom Bosco, apenas com alunos do sexo masculino, e o Colégio Maria Auxiliadora, com grupamento feminino. As maiores escolas públicas de Porto Velho naquela década eram: Castelo Branco, Carmela Dutra, Barão do Solimões e Estudo e Trabalho.
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* A pira simboliza o calor patriótico do povo brasileiro. O fogo é companheiro do homem desde a pré-história, e nos tempos modernos passou a ser cultuado durante as olimpíadas. Explica-se também que a dedicação de parcela do tempo da pessoa ao civismo denota amor à Pátria e coesão nacional. O fogo ardendo representa esse sentimento de luz e fonte inesgotável de energia a nos indicar o melhor caminho.