Reeducandas da Casa de Detenção de Cacoal devem produzir 15 mil máscaras de proteção ao coronavírus
Assim como tem acontecido em outras unidades prisionais de Rondônia, internas da Casa de Detenção de Cacoal estão empenhadas na produção de máscaras artesanais. A produção, conforme explicou o diretor geral, Gilberto Santos de Andrade, será destinada prioritariamente para a área de segurança pública, como a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e para atendimento ao sistema prisional de Rondônia, através da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), como forma de prevenção à propagação do novo coronavírus.
“Queremos também destinar parte da produção à população mais carente do município, em vulnerabilidade social, aos bairros mais periféricos”, explicou o diretor.
Em Cacoal, o sistema prisional conta, na ala feminina, com 16 internas e 12 delas estão engajadas na confecção das máscaras. Para dar início ao processo, duas internas participaram de uma oficina intensiva de corte e costura no ateliê da Penitenciária Regional Agenor Martins de Carvalho, em Ji- Paraná, que também está envolvida na produção de máscaras.
“Nós tínhamos aqui na unidade algumas máquinas de costura, mas ainda não estavam sendo utilizadas. Temos este planejamento de montar um ateliê e, diante da pandemia pelo novo coronavírus e a necessidade de máscaras, nós conseguimos algumas doações e recursos junto ao Tribunal de Justiça e Promotoria, adquirimos insumos para a produção, enviamos duas internas para um curso intensivo na unidade prisional da comarca de Ji-Paraná, que replicaram todo o conhecimento adquirido às demais internas”, ressaltou Gilberto de Andrade. Segundo o diretor, a confecção das máscaras conta também com a participação de servidores da Casa de Detenção e voluntários.
As internas tem como meta a produção de 15 mil máscaras.”Elas estão firmes neste propósito, de atingir 15 mil máscaras confeccionadas. Nós preparamos um espaço especial para montar este ateliê, fizemos uma reforma, uma pintura, preparamos todas as condições. Tivemos também o apoio do Ministério Público, que viabilizou algumas doações”.
O trabalho das internas teve início na última sexta-feira (10) e a expectativa é que a produção chegue a 500 máscaras confeccionadas por dia. Elas estão trabalhando na confecção pela manhã, das 7h às 11h e a tarde, das 13h às 17h. Vale ressaltar que após a confecção, as máscaras são esterilizadas pelos profissionais de saúde da própria unidade prisional, embaladas e só então são encaminhadas para a doação.
AÇÃO EM OUTRAS UNIDADES
Além de Cacoal e Ji-Paraná, apenadas de unidades prisionais de outros quatro municípios rondonienses estão envolvidas na produção de máscaras e até de aventais para suprir a necessidade dos equipamentos de proteção dos próprios reeducandos e servidores do sistema prisional. O trabalho utilizando a mão de obra apenada é uma prática de reinserção social através da aprendizagem.
As ações estão acontecendo nas unidades de Rolim de Moura, no Centro de Ressocialização Suely Maria Mendonça de Porto Velho, na Casa de Detenção de Jaru e no Presídio Feminino de Jaru, e na Casa de Detenção de Vilhena.