Reeducandos desenvolvem atividades laborais na Casa de Detenção de Cacoal
Fábrica de artefatos de cimento, oficina de consertos gerais, ateliê de costura, limpeza, manutenção, marcenaria, lanternagem e construção são alguns dos serviços realizados pelos reeducandos na Casa de Detenção de Cacoal. Ao todo, são 32 homens e mulheres, que dedicam-se ao trabalho, diariamente, dentro da unidade penitenciária.
A atividade laboral, além da finalidade educativa e produtiva, possibilita a remissão de pena. A cada três dias trabalhados, o reeducando consegue reduzir um dia de sua pena. “A vantagem, tanto para os internos que trabalham dentro da Casa de Detenção, como para os reeducandos que atuam fora, vai além da ocupação. Nestas experiências, muitos deles acabam descobrindo uma profissão e geram renda”, destacou o secretário Regional de Governo em Cacoal, José Moura, que esteve visitando a unidade prisional nesta semana.
O secretário regional ficou entusiasmado ao ver os reeducandos se dedicando à fabricação de bloquetes, que estão sendo utilizados para melhorias na própria unidade penitenciária. Através de parceria com o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e Transportes (DER), a Casa de Detenção conta com os equipamentos e estrutura que estão permitindo a produção de, aproximadamente, 500 bloquetes por dia.
Já no ateliê de costura, reeducandas da ala feminina têm se dedicado à confecção de máscaras faciais, desde o início da pandemia de Covid-19. Diariamente, são produzidas cerca de 700 unidades. No ateliê também são produzidas sacolas de compra retornáveis, que estão à venda em alguns supermercados de Cacoal. Além disso, todos os reeducandos estão uniformizados, com camisetas e bermudas confeccionadas no ateliê da Casa de Detenção. Cada pessoa recebeu dois conjuntos de uniformes.
“Além da ocupação, estamos buscando maneiras de gerar renda aos internos pelo trabalho que realizam. As sacolas, por exemplo, são comercializadas em alguns mercados locais. Parte da renda é destinada às internas e a outra parte é revertida em insumos para o próprio ateliê de costura”, explicou o diretor da Casa de Detenção de Cacoal, Gilberto Andrade.
Kettellyn Naiara Araújo de Souza, de 28 anos, permaneceu cinco anos como reeducanda na Casa de Detenção de Cacoal. Hoje, no regime semiaberto, ela tem a oportunidade de trabalhar e dar seguimento em sua vida. “Eu encaro isso com muito amor, porque o que eu passei é uma lição de vida. A minha expectativa é trabalhar, pagar tudo o que eu devo para a justiça e não cometer crime nenhum. Eu quero transmitir tudo isso para minha filha, para ela não seguir o caminho que eu segui. Quero dar bons exemplos, mostrar que eu, mesmo estando lá embaixo, consegui me levantar e hoje quero manter a cabeça firme”, destacou.
Hoje, a reeducanda presta serviço no escritório regional da Secretaria de Orçamento, Planejamento e Gestão (Sepog), em Cacoal. No órgão estadual, a jovem encontrou acolhimento e uma nova oportunidade para sua vida.
“Eu estou muito feliz. No meu trabalho encontrei uma segunda família e o meu objetivo agora é estudar e fazer um concurso para trabalhar aqui para sempre. Trabalho com muito amor e tento fazer o meu melhor, todos os dias”, concluiu.
Assim como Kettelyn, outros 63 reeducandos estão tendo oportunidade no mercado de trabalho em Cacoal, através de convênios com o Governo do Estado e a iniciativa privada.
“O Governo de Rondônia tem esta preocupação com o sistema prisional e os reeducandos. Em um momento de suas vidas, essas pessoas erraram, mas hoje estão tendo novas chances e estão aproveitando. Isso nos deixa muito felizes. Todo o trabalho feito na Casa de Detenção de Cacoal nos deixa entusiasmados”, finalizou o secretário Regional de Governo, José Moura.