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Resíduos serão retirados do rio Guaporé no início de dezembro; objetivo é descontaminar águas do rio fronteiriço

Uma ação ambiental para retirada de lixos jogados no rio Guaporé está confirmada para acontecer entre os dias 2 a 6 de dezembro, por meio de atuação da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), com total apoio de populações tradicionais da região. O objetivo é retirar ao máximo de plásticos e outros resíduos que possam contaminar as águas do rio fronteiriço entre o Brasil e a Bolívia.

A operação faz parte do programa Reciclando Hábitos, lançada esta semana no município de Costa Marques, com as presenças do secretário da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, e do secretário estadual do Desenvolvimento Ambiental, Marcílio Leite Lopes.

O secretário da Amazônia visitou a região durante dois dias, para conhecer o projeto de crédito de carbono na Reserva Extrativista do Rio Cautário.

Organizado pela Sedam, o projeto Reciclando Hábitos foi submetido ao Tribunal de Justiça do Estado, que destinou verba no valor de R$ 20 mil proveniente de penas pecuniárias administradas pelo Grupo de Fiscalização do Sistema Carcerário e Medidas Socioeducativas.

A participação de todas as Comarcas ao logo da rodovia BR-429 garantiu o programa com parcerias entre a Sedam e Batalhão de Polícia Militar Ambiental na primeira fase, e na segunda fase, com a PM, Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia e Exército Brasileiro.

CONTRA A POLUIÇÃO

Segundo a engenheira ambiental Jéssica Torezani, responsável pelo escritório regional da Sedam em Costa Marques, o recolhimento de resíduos sólidos se estenderá entre o Distrito de Pedras Negras e o Real Forte Príncipe da Beira, no município de Costa Marques. “O lixo mais preocupante ao longo do rio é aquele formado por microplásticos, em percentual superior a 80%”, enfatizou a engenheira ambiental.

Em 2019, durante a Semana Nacional da Água, pesquisadores mediram o volume de lixo descartado nos rios e no mar, constatando que grande parte dos rios do Brasil sofrem os efeitos da poluição. Eles levam para o mar 35 tipos diferentes de resíduos, principalmente plástico, apurou o estudo.

Segundo os pesquisadores, a cada ano a quantidade de lixo lançada nos rios e no litoral brasileiro seria suficiente para encher 30 vezes o Estádio Estadual do Maracanã até o topo.

A primeira fase do projeto rondoniense começará no dia 6 de dezembro. As atividades da equipe irão também subsidiar o diagnóstico da bacia com a identificação da atual fauna ictiológica, de quelônios, e o período de defeso na pesca. “Ou seja, ouviremos, principalmente, pessoas que vivem da pesca na região”, disse Jéssica.

“Primeiramente, a equipe ouve os anseios das populações das comunidades, levando-lhe orientações, e em seguida passa recolhendo todo o lixo”, explicou Jéssica.

De águas internacionais, o Rio Guaporé tem exigido atenção do Governo de Rondônia. Segundo a chefe do escritório da Sedam, ele não pode ficar sujo, porque recebe muitos visitantes a cada ano, além de ter as próprias famílias sujeitas às consequências da poluição.

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