PORTO VELHO- O empresário Mário Calixto Filho, ex-senador da República e fundador do extinto O Estadão, está em estado grave numa UTI do Hospital Prontocordis, em Porto Velho. Ele está cumprindo pena por crime financeiro num presídio federal, onde contraiu o vírus Covid-19. O estado dele inspira cuidados, pois o pulmão está seriamente comprometido. Segundo familiares dele, Mário Calixto foi levado para o hospital muito tarde, o que piorou a saúde dele. Mário já era para estar em prisão domiciliar, devido à idade e ao estado de saúde dele. “Um ex-senador, sob custodia do Executivo, tendo seu pedido de prisão domiciliar fundamentado na recomendação 62 do CNJ, indeferido pelo Judiciário”, postou um jurista de renomado conhecimento.
Mário Calixto nunca cometeu crime hediondo. Nunca matou, estuprou ou traficou drogas. Tem presos que estupraram, mataram, que conseguiram benefícios. Só Mario Calixto que não! Mário Calixto sofreu perseguição e foi injustiçado. Amigos o abandonaram à própria sorte. Não merecia isso.
O jornalista Roberto Kuppê, amigo e ex-funcionário de Mário Calixto em Porto Velho e em Brasília, escreveu um texto muito sensibilizado e demonstrando gratidão, publicou no Facebook:
Eu não tenho nada contra o empresário Mário Calixto, muito pelo contrário. Ele foi o ÚNICO que acreditou em mim, em 3 de setembro de 1993, quando me levou para o Estadão. No dia do meu aniversário. Eu estava numa pindaíba. Não tinha dinheiro nem para tomar um sorvete pra comemorar meu niver. Eu estava passando, a pé, claro, de frente ao Palácio Getúlio Vargas, em PVH (RO), quando parou um Opala Diplomata azul quatro portas. O vidro baixou e apareceu MC, que fez o convite: quer trabalhar no Estadão? Eu disse, sim, claro. Foi o melhor presente de aniversário que recebi até hoje. Uma proposta de emprego. E já cheguei chegando. Ele me confiou a missão de entrevistar os políticos da época: Raupp que ia se candidatar a governador. Entrevistei o então governador Piana. Enfim, entrei pra nata do jornalismo de Rondônia. Logo em seguida ele me confia outra missão: escrever a Zona Franca, a coluna política mais temida dos tempos em que jornal de papel, impresso, tinha moral. Fui, durante anos o principal colunista da Zona Franca. Depois, em 2001, MC me convida para ir para Brasília trabalhar no Tribuna do Brasil. Fui, enquanto durou o jornal nas mãos de MC , o principal colunista da coluna “Fonte Segura” o que me colocou na ante sala do então governador do DF, Joaquim Roriz. Através da Tribuna conheci também o mega empresário Paulo Octávio que viria a ser vice-governador do DF.
Mas, meu primeiro contato com MC, foi em 1974, quando estudei com o Mateus Calixto, irmão dele, no Dom Bosco. Na época MC tinha a Rondolar, no centro de PVH. Mateus morreu ainda jovem, na década de 80. Três décadas depois eu estaria no Estadão com MC.
Aonde eu quero chegar? Bem, hoje, domingo, Milene Calixto (filha de MC), entra em contato comigo para dizer que MC está com a Covid-19, com os pulmões comprometidos, com respirador, numa UTI. MC, dos presos com o vírus, é o que está mais grave. Demoraram pra leva-lo para o hospital. Espero com toda sinceridade e espírito cristão que ele sobreviva e fique em liberdade pelo resto da vida que ainda tem e terá. Vou rezar. Ah, ele perguntou por mim, como eu estava. Eu me importo com quem se importa comigo. Não há dinheiro no mundo que pague uma amizade sincera.