Saúde

8 cuidados de higiene do órgão sexual que todo homem deveria adotar

Mais do que apenas uma campanha para chamar a atenção para o câncer de próstata, que acomete quase 66 mil brasileiros todo ano segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Novembro Azul tem se consolidado como uma forma de conscientização para a saúde do homem.

Afinal, não é por acaso que eles têm uma expectativa de vida mais baixa que as mulheres — no Brasil, são 72,8 anos contra 79,9 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos principais motivos é a falta de atenção a doenças que só acometem o sexo masculino, entre elas, além do câncer de próstata, o de pênis.

Tipo raro de tumor, representa 2% de todos os cânceres que atingem os homens. No entanto, o risco de morte é alto e, embora seja mais frequente em indivíduos a partir de 50 anos, também pode afetar os mais jovens. Um dos maiores fatores de risco — pasmem — é a falta de higiene do pênis.

É que a má limpeza pode favorecer a infecção por microrganismos como bactérias, fungos e vírus que, por sua vez, causam o câncer. “A higiene tem a ver com manter a pele íntegra, pois a inflamação do tecido provoca a quebra de barreiras e aí os patógenos conseguem adentrar camadas mais profundas, provocando a doença”, explica o urologista Flávio Iizuka, pesquisador na Universidade de São Paulo (USP).

E adivinhem quem é o país campeão em casos de câncer de pênis no mundo, segundo Iizuka? Isso mesmo, o Brasil. De acordo com o Inca, foram 454 mortes em 2018, muitas das quais poderiam ter sido evitadas caso os brasileiros tivessem lavado o órgão genital usando água e sabão — o que, especialmente nas regiões com a maior taxa de incidência, Norte e Nordeste, infelizmente ainda não é algo tão acessível a todos.

“Tudo o que é ligado aos órgãos sexuais ainda é um tabu”, diz Iizuka. “Na dúvida, o ideal é sempre procurar ajuda médica.” Mas há alguns outros fatos que todo homem precisa saber sobre a higiene de suas parte íntimas, aponta o urologista.

Veja a seguir:

1. Quando lavar

O pênis deve ser lavado todos os dias, assim como antes (idealmente) e depois das relações sexuais. Após urinar, é importante se certificar de que ele está seco e jamais colocar a cueca de volta com xixi na ponta, o que aumenta o risco de fungos.

2. Como lavar

Como explicado, água e sabão — com ou sem propriedades germicidas — são o suficiente para lavar corretamente o pênis. No entanto, é necessário que a glande (a “ponta”) seja exposta completamente. Isso, explica Iizuka, pode ser um desafio em homens que têm fimose — condição em que o prepúcio (parte da pele que cobre a glande), por ser apertado, não pode ser puxado para trás até a cabeça do pênis. Neste caso, há indicação de remoção cirúrgica do prepúcio, no procedimento conhecido como circuncisão.

3. Secreção esbranquiçada é normal

“Muitos pacientes me procuram preocupados com uma secreção esbranquiçada que sai do pênis, mas não há motivo para se preocupar”, explica Iizuka. Trata-se do esmegma, uma substância que é a combinação de células epiteliais com óleos e gordura, presente tanto entre a glande e o prepúcio nos homens, quanto no clitóris e pequenos lábios da mulher. “Não tem nenhuma relação com doenças, mas o acúmulo ou excesso de esmegma é sinal de que a higiene não está sendo adequada”, ressalta o urologista.

4. Sinais de inflamação

Segundo Iizuka, há cinco sinais aos quais os homens devem prestar atenção, por serem indicativos de inflamação: calor, dor ou coceira, vermelhidão, inchaço e perda de função (no caso do pênis, a impossibilidade de usá-lo na atividade sexual). Caso apareçam, deve-se procurar um médico.

5. Cuidado com o que você coloca lá

Em hipótese alguma, ressalta o especialista, compartilhe remédios ou se automedique. “É muito comum no Brasil as pessoas usarem algum remédio que sobrou do parente, mas é importante não usar o que não foi indicado a você”, adverte. “O pênis é um órgão muito sensível, então é importante evitar uso de substâncias não adequadas.

Isso vale também para perfumes, cremes abrasivos e pomadas. O urologista pede ainda um cuidado especial com produtos de sex shops: “use com cautela, pois podem provocar alergia e estragar a festa.”

6. Atenção com a cueca e a sunga

Outro cuidado importante é com o tecido e o tempo de uso da cueca. O melhor é optar por fibras que possibilitem que o órgão “respire”, como o algodão, e não usar a mesma peça por muito tempo, especialmente se estiver úmida. “É comum que homens fiquem com a sunga molhada o dia todo e acabem desenvolvendo fungos e outros problemas”, pontua o urologista.

7. Sem cheiro ruim

Assim como a secreção feminina não deve ter cheiro forte, o mesmo vale para os homens. O aparecimento de odores desagradáveis está muito relacionado a bactérias que provocam fermentação e liberação de gases. Entretanto, ressalta Iizuka, algumas condições de saúde, como baixa imunidade, diabetes e candidíase, também podem provocar cheiro ruim. O melhor a se fazer é buscar um especialista, que recomendará o uso de sabonetes específicos para eliminar as bactérias ou fungos, ou um tratamento adequado para as outras condições.

8. Problema do casal

Finalmente, o especialista lembra que a higiene do pênis não é uma questão só masculina, e sim do casal. “Não adianta o homem mandar a mulher tratar o corrimento e ele mesmo não fazer nada”, observa Iizuka. Isso porque, especialmente em casos de infecções sexualmente transmissíveis, é muito comum que um seja o portador saudável e transmita para o outro — no caso da clamídia e da gonorreia, por exemplo, o portador saudável ou assintomático costuma ser o homem. Por isso é tão importante que eles se cuidem: se não por si mesmos, por quem se relacionam.

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