ATENÇÃO MAMÃES!: Antibiótico durante a gravidez está associado a malformação de bebê
Bebês cujas mães utilizaram antibióticos macrólidos durante o primeiro trimestre de gravidez correm mais risco de ter problemas congênitos, segundo um estudo publicado no British Medical Journal. Esse tipo de medicamento é usado no tratamento de infecções bacterianas em pacientes que têm alergia à penicilina.
Os pesquisadores analisaram dados de 240 mil crianças nascidas no Reino Unido entre 1990 e 2016, que foram acompanhadas por cerca de 6 anos após seu nascimento. Depois de levar em conta outros fatores que poderiam influenciar o resultado da pesquisa, a equipe descobriu que a prescrição de macrólidos durante os primeiros três meses de gestação estava associada a um risco aumentado de qualquer tipo de malformação fetal em comparação à penicilina.
“Antibióticos macrolídeos são usados para tratar uma ampla variedade de infecções bacterianas e estão entre os antibióticos mais frequentemente prescritos durante a gravidez nos países ocidentais”, afirmou Heng Fan, principal autor do estudo, em comunicado. “Esse trabalho se baseia em evidências anteriores de resultados adversos raros, porém graves, do uso de macrólidos, especialmente para bebês ainda não nascidos.”
Dentre as malformações observadas pelos especialistas estavam defeitos cardíacos e na genitália, bem como quatro distúrbios do desenvolvimento neurológico: paralisia cerebral, epilepsia, TDAH e transtorno do espectro autista. “Se as associações forem causais, essas descobertas sugerem que quatro crianças a mais nasceriam com malformações cardiovasculares para cada mil crianças expostas a macrólidos em vez de penicilinas no primeiro trimestre da gravidez”, exemplificou Fan.
Os especialistas ressaltam, entretanto, que as grávidas devem tomar antibióticos quando necessário, mas o ideal é optar por outros tipos de medicamento quando possível. “As mulheres não devem parar de tomar antibióticos quando necessário, pois infecções não tratadas representam um risco maior para o bebê ainda não nascido”, ressaltou Ruth Gilbert, que também participou do estudo.