Banco de Leite Santa Ágata reforça a importância do aleitamento materno
Aquela sensação de amor, de aconchegar o bebê nos braços e amamentar. Esse vínculo único, entre a mãe e o bebê, proporciona melhor qualidade de vida para as crianças, através do leite materno.
Mas nem sempre o processo é simples assim, muitas mães têm dificuldade na hora de amamentar. E aí que entra o trabalho desenvolvido pelo Banco de Leite Santa Ágata (BLH), anexo ao Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, intensificando que a melhor opção para nutrir o bebê nos primeiros seis meses de vida é o leite materno, por ter todos os nutrientes necessários para alimentar e hidratar a criança, além de trazer inúmeros benefícios para a mãe, família e sociedade.
A coordenadora do Banco de Leite, Edilene Macedo Cordeiro, explica que o Santa Ágata é uma instituição de referência em aleitamento materno em Rondônia, com uma equipe multiprofissional qualificada para oferecer orientações, apoio e ajuda nas dificuldades relacionadas à amamentação. A unidade é ainda responsável pela coleta e pasteurização de leite humano destinado às crianças prematuras e de baixo peso internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.
DE DOADORA A RECEPTORA
O Santa Ágata também recebe doação de leite materno, como foi o caso da empreendedora Geisiane Santos Marinho Félix, que desde o nascimento da primeira filha, Emanuele de dez anos, decidiu ser doadora. Com o nascimento da segunda filha, Letícia, seis anos, não foi diferente, ela também fez doações no Banco de Leite.
“Eu amei a experiência da amamentação com as minhas duas primeiras filhas, e foi gratificante poder ajudar outras mães que não podiam amamentar seus recém-nascidos”, lembrou Geisiane.
Mas após cinco anos do nascimento de Letícia, Geisiane precisou da ajuda do Banco de Leite, o terceiro filho, desta vez um menino, Beijamim, hoje com um ano e nove meses, nasceu com 31 semanas, prematuro extremo e baixo peso. Mãe e filho foram acolhidos e beneficiados com a doação de outras mães que, assim como Geisiane fez nas primeiras gestações, compartilham a experiência, o amor e a solidariedade por meio deste líquido tão precioso para os bebês. “Depois do primeiro mês de vida, Beijamim foi para o canguru e aprendeu a mamar. Ele ficou no aleitamento exclusivo até os seis meses. Meu filho hoje é uma criança forte e saudável”.
DESAFIOS E APOIO
Mas ela lembra que, no início, não foi fácil. Assim como outras mães, teve dificuldade para amamentar. “No pré-natal não fazem orientação como amamentar, tive que aprender com o pessoal do Banco de Leite. A maior dificuldade foi a pegada, pois o seio não tinha bico. Mas com a ajuda deles, tudo deu certo, tanto que me tornei doadora nas primeiras gestações”.
Geisiane lembra o carinho e apoio dos profissionais que trabalham na unidade. “Eu fui bem tratada, desde o pessoal do atendimento até os profissionais que trabalham na UTI neonatal. Recebi toda orientação. Eles são pacientes, carinhosos e nos tratam com muito amor. Desde a primeira vez, eu estava internada e uma enfermeira me levou para o banho para me ajudar com o seio que estava ‘empedrado’ de tanto leite, a partir dali todo ensinamento e orientação foram decisivos sobre minha opção de ser doadora de leite materno”.
PROCUROU AJUDA E SE TORNOU DOADORA
Outra mãe que teve apoio do Banco de Leite para ser doadora foi a gerente administrativo-financeiro Fernanda Carnoski, quando teve o seu primeiro filho Luiz Miguel, hoje com 10 anos. “O meu peito começou a empedrar e tive muitas dores, até febre. Meu marido soube do Banco de Leite e fomos até lá, recebemos todos os cuidados, orientação e carinho da equipe. E confesso que foi um alívio imediato”, lembra emocionada.
Depois da experiência exitosa, Fernanda passou a doar. A cada três dias, ou semanalmente, uma equipe do Santa Ágata ia até a casa da doadora fazer a coleta do leite. “ Eu ficava vibrante quando eles informavam sobre o ganho de peso de alguns bebês debilitados que estavam recebendo o leite que eu estava doando. Isso alegrava meu coração. Saber que além do meu filho saudável, outros irão ficar também”.
Em 2014 veio a Ludmila, segunda filha de Fernanda, hoje com seis anos, na época, a mãe também optou por doar o excedente do leite materno.
AGOSTO DOURADO
A amamentação e o leite humano é tão importante, que existe um mês todo dedicado à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à doação com a campanha Agosto Dourado. As comemorações começam já no dia primeiro, com o Dia Mundial da Amamentação. Ainda na primeira semana de agosto, acontece a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Este ano, o slogan da campanha é “Apoie o aleitamento materno por um planeta saudável”.
Por conta da importância do leite humano, o deputado estadual Jair Montes solicitou ao Poder Executivo a realização de campanha de incentivo para doação de leite materno.
Devido a pandemia, o Banco de Leite não promoverá ações de orientações em espaços públicos, mas a direção do Santa Ágata, com o apoio da Secretaria de Estadual de Saúde (Sesau), fará palestra on-line pela plataforma Google Meet, na terça-feira (4), às 14h, sobre a amamentação em época de pandemia para todo os profissionais de saúde que trabalham com orientação às lactantes.
ATENDIMENTO
Toda mulher que esteja amamentando e que precise de ajuda ou tenha leite em excesso e queira doar, pode procurar o Banco de Leite, na Av. Jorge Texeira, em Porto Velho, de segunda a sábado, das 7h às 12h e das 13h às 18h. Não há necessidade de encaminhamento e agendamento para ter atendimento.
Texto: Elaine Barbosa
Fotos: Frank Nery