Corpo de Bombeiros Militar viabiliza transporte aeromédico de pacientes com Covid-19 para atendimento em outros estados
Desde o início da pandemia, o Governo de Rondônia, por meio do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), vem atuando para minimizar os efeitos da Covid-19, não só apenas no transporte aeromédico, com remoção de pacientes, como também nos resgates, transporte de equipamentos e insumos, como ainda em atividades técnicas de vistorias em estabelecimentos comerciais, a fim de fazer cumprir a Lei.
Mas neste momento, o Grupamento de Operações Aéreas (GOA) subordinado ao Comando de Operações Aéreas (COA), unidade de gestão no organograma, tem ganhado destaque. O grupamento foi criado em 2012, ou seja, está há nove anos operando com três aviões e um helicóptero composto por seis pilotos.
O GOA já transportou cerca de cinco toneladas de material para tratamento da Covid-19, como ventiladores, testes, insumos, EPIs (Equipamento de Proteção Individual) e, uma das mais recentes, as vacinas CoronaVac e AstraZeneca/Oxford. Dessa vez, os pilotos estão transportando algo mais valioso: vidas humanas, pacientes em estado grave, acometidos pelo coronavírus.
De acordo com o comandante do COA, major BM, Philipe Leite, o CBM é responsável pelo transporte de pacientes de alta complexidade, já a Força Aérea Brasileira pela remoção de pacientes de baixa e média complexidade. Inclusive, ele conta que o transporte aeromédico se divide em duas classificações, a remoção, que retira um paciente de uma unidade e leva para outra, e o resgate de salvamento.
Durante a pandemia, 36 missões voltadas para Covid-19 já foram realizadas com uma soma em torno de 300 horas de voo nos mais variados Estados. Tendo a oportunidade agora de contribuir, no sentido de ser uma ferramenta à disposição de transporte de pacientes entubados.
“A pandemia traz para a gente um grande orgulho de poder ajudar nesse momento sensível, ao mesmo tempo, nos traz uma carga de responsabilidade muito grande. Por atuar diretamente com pessoas com Covid-19, a gente procura seguir todos os protocolos para não pôr em risco nossos colegas de trabalho e a nossa família”, pontua o major.
Nas ações que resultam transporte de pessoas com a doença em estado grave, no hangar onde comporta os aviões e o helicóptero, há uma tenda de desinfecção, com hipoclorito para passar no solado, zona de descarte para os macacões, entre outros, para higienização dos tripulantes e da aeronave, conforme regulamento do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo o comandante-geral do CBM, coronel BM Gilvander Gregório de Lima, a corporação também tem atuado incessantemente no combate à pandemia com a gestão de crise e criação de sala de situação de pronta-resposta, como ainda através de uma co-gestão com a Defesa Civil, dando suporte necessário à população.
“Em todos momentos da pandemia, o CBM esteve apoiando e atuando na linha de frente no combate à Covid-19. Com nosso trabalho, garantimos uma contribuição elevada neste momento e isso nos motiva a continuar realizando mais ações em benefício da vida dos rondonienses”, demonstrando que os militares levam a sério o lema ‘Vidas alheias, riqueza salvar’ da corporação.
RESGATE 3
As aeronaves são nominadas de Resgate 1, 2, 3 e 4. Mas o carro-chefe no enfrentamento à pandemia é o Resgate 3 modelo “Grand Caravan EX”, uma aeronave nova, vinda dos Estados Unidos da América. O avião possui uma grande capacidade no transporte de carga e peso e garante transportar até nove passageiros. Na configuração aeromédica, ele tem o potencial de transportar dois passageiros de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) completa por vez, com sua equipe composta de um médico e um enfermeiro para cada um.
“Não tenho conhecimento no Brasil de nenhuma aeronave, privada e pública, que tem essa capacidade homologada pela Anac. Com a Resgate 3, a gente consegue atender mais pessoas de uma vez, o que traz mais celeridade na movimentação e economia para o Estado com metade do custo que gastaria”, comenta o comandante do COA, Philipe Leite.
O avião foi doado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) avaliado em torno de US$ 3 milhões, um valor incorporado no patrimônio do Estado, sem ônus para o Governo.