Estado registra queda nos índices de ocorrência de dengue, zika vírus e chikungunya
O Governo de Rondônia se esmera para conter o avanço de doenças endêmicas como zika vírus, chikungunya e dengue, esta última, de modo especial, com maior número de notificações e registro de 696 casos até a primeira quinzena de abril deste ano no Estado.
Segundo a enfermeira Bárbara Moura, coordenadora de Endemias da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), conforme boletim epidemiológico da semana 15, houve uma redução de 63% comparada com o mesmo período do ano 2020, mas o que preocupa a Agência é que há muitos casos de dengue subnotificados devido a covid-19.
O Governo tem feito, segundo a enfermeira da Agevisa, um combate contínuo, com medidas e campanhas de informação e orientação à comunidade estadual, e ações diretas para eliminação do mosquito (Aedes Aegypti) e seus ambientes de reprodução (criadouros), orientando de casa em casa sobre a importância de manter quintais limpos, arejados, sem lixo, e com o controle de recipientes capazes de armazenar água, que são propícios à postura e eclosão dos ovos do mosquito que se dissemina com rapidez.
A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas, fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Ela disse que o serviço de saúde do Governo tem feito sua parte, mas como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende principalmente do empenho da população rondoniense no seu combate.
Segundo a coordenadora é sempre bom lembrar os resultados das pesquisas de campo, que indicam que os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis (muito utilizados para armazenagem de água para uso doméstico em locais de infraestrutura urbana precária), são os criadouros que mais produzem o Aedes Aegypti e, portanto, os mais perigosos e importantes para a proliferação do mosquito. “Mesmo assim a população não deve se descuidar de pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador”, disse.
QUEDA NOS ÍNDICES
A incidência, principalmente de dengue, em alguns municípios tem preocupado bastante as autoridades da Agevisa que decidiram pela aplicação de inseticida Ultra Baixo Volume (UBV), mais conhecida como fumacê em vários municípios, entre eles Primavera de Rondônia, Parecis, Buritis e Cacoal, que apresentaram os maiores índices de infestação da doença.
De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico divulgado pela Agevisa, o Estado registrou entre 2020 e 2021 uma queda considerável no número de ocorrência de dengue, especialmente, tendo em 2020 um total de 2.248 notificações da doença, sendo 1.228 casos confirmados e 124 em investigação. Já em 2021 foram 1.007 notificações, com 448 casos confirmados de dengue e 273 casos em investigação. Destaque-se também que foram registradas quedas ainda maiores nos índices de ocorrência dos casos de zilka vírus, com apenas três casos confirmados, e de chikungunya com o registro de 12 casos confirmados no período.
ESTRATÉGIA CIENTÍFICA
Quanto à consolidação dos dados sobre dengue, principalmente, Bárbara Moura disse que no mês de abril os municípios realizaram o Levantamento Rápido de Índices (Lira) para o Aedes Aegypti (mosquito transmissor da doença), que consiste em um método simplificado para obtenção rápida de indicadores entomológicos e permite conhecer a distribuição do vetor (Aedes), o percentual de depósito de larva e tipo de recipiente predominante disponível para isso. A ideia é conhecer esta situação com vista à otimização e direcionamento de ações de controle do vetor.
Ela disse também que esta é a melhor estratégia (científica) adotada pela Saúde Pública de Rondônia para o enfrentamento e controle da incidência da dengue, zika e chikungunya. Entretanto, os dados ainda estão sendo consolidados pela Coordenação de Endemias da Agevisa, que posteriormente fará a divulgação.
A coordenadora de Endemias da Agevisa afirmou ainda, que “a prevenção deve ser feita primeiramente com a eliminação de criadouros ou qualquer recipiente que possa servir de criadouro, até porque conforme o levantamento de índice rápido, o criadouro predominante no Estado é o lixo. Então, a população precisa realizar a limpeza dos seus quintais, descartando os resíduos sólidos de forma correta, limpando as calhas, mantendo o suspiro das fossas vedadas com telas, guardando pneus em locais cobertos, entre outros”, pediu.