EUA planejam iniciar vacinação contra a Covid-19 já em novembro
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, em inglês) enviou um plano inicial de vacinação contra a Covid-19 para os 50 estados americanos, cinco grandes cidades e autoridades de saúde. Os documentos, publicados pelo jornal “The New York Times” nesta quarta-feira (2), preveem o início da campanha de imunização em novembro, com uma aplicação mais massiva em 2021.
“Doses limitadas da vacina da Covid-19 podem estar disponíveis no início de novembro de 2020, mas o fornecimento da vacina aumentará substancialmente em 2021”, explica um dos documentos.
De acordo com o CDC, as vacinas contra a Covid deverão ser aprovadas e licenciadas de forma emergencial pela Food and Drug Administration (FDA), outro órgão regulador americano com um papel similar ao da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil.
O CDC não detalhou qual deve ser o fornecedor das primeiras doses. Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 176 pesquisas estão em desenvolvimento e ao menos 33 delas já foram registradas em fase clínica, que é a etapa de teste em humanos.
Antes das eleições
No início de agosto, o presidente Donald Trump disse que era possível a liberação de uma vacina contra o coronavírus antes das eleições de novembro, previsão muito mais otimista do que o cronograma que estava sendo apresentado pelos próprios especialistas em saúde da Casa Branca.
Questionado no programa de rádio Geraldo Rivera sobre quando uma vacina poderia estar pronta, Trump disse: “Antes do final do ano, pode ser muito mais cedo.”
“Antes de 3 de novembro?”, perguntaram ao presidente. Essa é a data das eleições presidenciais nos EUA, na qual ele, Trump, vai tentar ser reeleito. Seu adversário é o candidato do Partido Democrata, Joe Biden.
“Eu acho que em alguns casos, sim, seria possível antes, mas mais ou menos naquela época”, disse Trump.
Vacinas testadas pelos EUA
Os EUA têm duas principais vacinas em desenvolvimento. Uma delas é a do laboratório americano Pfizer e da empresa alemã Biontech. Eles anunciaram em julho que os EUA concordaram em pagar US$ 1,95 bilhão para garantir 100 milhões de doses. O número reservado se refere a todo o potencial de fabricação das empresas em 2020. O objetivo de ambos os laboratórios é “fabricar cem milhões de doses antes do fim de 2020” e provavelmente mais de 1,3 bilhão antes do fim de 2021.
Além da vacina da Pfizer/Biontech, o governo dos EUA aposta no projeto de vacina da Moderna, no qual colocou quase meio bilhão de dólares. A candidata da Moderna foi batizada de “mRNA-1273”. Assim como a concorrente da Pfizer, está na última fase de testes e também pertence à categoria das vacinas que usam o material genético do próprio vírus (mRNA) para estimular a defesa do corpo.