Hospital de Urgência e Emergência realiza a 2ª cirurgia de captação de órgãos neste ano, em Cacoal
Pela segunda vez em 2021, foi realizada mais uma cirurgia de captação de órgãos, ocorrida no último domingo (23), no Hospital de Urgência e Emergência (Heuro), no município de Cacoal. O Governo de Rondônia tem buscado fortalecer os serviços na área de saúde e as cirurgias realizadas no interior do Estado comprovam a estratégia da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) ao descentralizar o atendimento da área de alta complexidade em Rondônia.
Desta vez, a autorização para a doação de órgãos veio do irmão e das filhas do doador, um homem de 49 anos, da cidade de Jaru. Após ser constatada a morte encefálica devido a um traumatismo crânio encefálico, o desejo da família pela doação de órgãos possibilitou a captação dos rins, fígado e córnea.
A cirurgia contou com o apoio de uma equipe médica de Rondônia e outra de Brasília (DF). Ao todo, atuaram na captação três cirurgiões, um anestesista, dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem. Três destes profissionais compõem o quadro de servidores do próprio Complexo Hospitalar Regional de Cacoal.
O transporte dos órgãos contou com o suporte da Força Aérea Brasileira (FAB). Conforme detalhou a responsável pela Comissão Interna Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Complexo Hospitalar de Cacoal, Leiri Bonet, a logística para o transporte de fígado é usar a aeronave da FAB, pois o tempo de isquemia deste órgão é entre 6 e 12 horas. “Portanto requer agilidade e o que torna inviável o uso de voos comerciais”, explica Leiri Bonet.
O fígado do doador já tinha destino certo: salvar uma vida em Brasília. “O receptor foi um homem de 60 anos de idade”, destaca Leiri que reforça todo o trabalho que vem sendo realizado. Segundo explica, desde a implantação do serviço pelo Governo de Rondônia em Cacoal, 22 cirurgias de captação de órgãos já foram realizadas, sendo 10 procedimentos feitos no Hospital Regional de Cacoal e 12 no Heuro.
COMISSÃO
Segundo explicação da Comissão Interna Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT), em todo o Brasil, para a doação de órgãos, não é necessário deixar nada por escrito. É preciso apenas conversar com a família, deixando bem claro esse desejo. Cabe aos familiares se comprometerem e autorizar o procedimento após a morte do doador.
É neste processo, que a Comissão tem um papel de extrema relevância, com profissionais que identificam o potencial doador. Neste procedimento ocorrido em Cacoal, ao acompanhar o desfecho do diagnóstico de morte encefálica, foram esses profissionais que fizeram a abordagem junto à família, oferecendo o direito da doação. A equipe de cirurgiões é acionada somente após essa etapa, para a captação e a distribuição dos órgãos doados.
“Esse é um momento muito frágil a todos os familiares e temos ainda um índice muito alto de recusa. Muitos não conseguem tomar essa decisão em um momento tão difícil. Por isso a importância de informar esse desejo em vida. Quando a família sabe que era desejo do ente à doação de órgãos, a decisão é muito mais fácil”, destaca a responsável pela comissão, Leiri Bonet.