Saúde

Queimadas em Rondônia aumentam em quase 50% os atendimentos por doenças respiratórias no Cosme e Damião

Devido ao clima seco, a fumaça e a fuligem proporcionadas pelas queimadas, o número de pacientes internados e atendidos com problemas respiratórios no Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho, tem aumentado. O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria do Estado de Saúde (Sesau), registrou um aumento de 47% de pacientes que deram entrada na unidade infantil no mês de julho.

Segundo dados apontados pelo satélite de referência no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no  mês de julho foram detectados 808 focos ativos de queimadas em Rondônia. Nos primeiros 12 dias de agosto, o número chegou a 372. De acordo com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Porto Velho já registrou 25 dias de clima seco somente de julho até agosto.

A união desses fatores fez o número de atendimentos relacionados a problemas respiratórios no Hospital Infantil Cosme e Damião aumentar de 457 (janeiro) para 946 (julho), neste ano.

O secretário de Saúde, Fernando Máximo, alerta que as queimadas prejudicam o meio ambiente e também a saúde de toda a população. “Os danos  provocados pelas queimadas atingem especialmente as grávidas, crianças, idosos e aquelas pessoas que já tinham problemas respiratórios prévios”, diz.

O pediatra e diretor adjunto do hospital infantil, Daniel Pires, analisa que a falta de chuvas, baixa umidade, altas temperaturas e queimadas é o cenário ideal para ocasionar problemas respiratórios nas crianças fazendo que os pais busquem ajuda nas unidades de saúde.

Segundo ele, é importante que os pais mantenham o ambiente em casa limpo e fechado, para evitar a entrada de poeira e fumaça. “Dentro de casa, limpar com pano úmido, evitando varrer para não levantar poeira. No local onde a criança se encontra, deixar o ar umidificado, com toalha molhada, bacia com água e umidificador de ar. Além disso, é essencial aumentar a ingestão de líquidos e manter uma alimentação saudável”, aconselha o médico.

PREJUÍZOS À SAÚDE

A lista de problemas provocados pelas queimadas é grande, pois a fumaça proveniente dela contém diversos elementos químicos que são tóxicos para o corpo humano. Um exemplo disso é o composto monóxido de carbono que, quando inalado, impede o transporte do oxigênio para as células e tecidos do corpo.

Os sintomas são diversos, desde os mais leves até os graves, e podem variar de pessoa para pessoa, dependendo do tempo em contato com a fumaça.  Dentre os sintomas estão: dor; ardência nos olhos; ardência na garganta; falta de ar; cansaço; tosse seca, insuficiência respiratória, pneumonia entre outros.

Devido a pandemia de coronavírus, é importante ter atenção para não confundir os sintomas respiratórios  provocados pelas queimadas com os sintomas da covid que incluem febre, tosse seca e cansaço.

ATENDIMENTO MÉDICO

De acordo com o diretor-geral do Hospital Infantil Cosme e Damião, Sérgio Pereira, os pais devem procurar atendimento médico quando a criança estiver apresentando febre alta, vômitos, diarreia ou falta de ar. Em caso de sintomas leves, que não melhoram em até três dias, também é importante uma avaliação médica.

Com o retorno das aulas presenciais, quando houve sintomas gripais leves, é indicado manter em ensino remoto e, em caso de necessidade procurar atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Pronto Atendimento (UPA).

“Se houver piora do quadro clínico, o profissional encaminha ao Hospital Infantil Cosme e Damião, que é referência para casos graves e de internação”, explica o diretor geral do hospital, Sérgio Pereira.

DENUNCIAR QUEIMADAS

Para denunciar queimadas no perímetro urbano de Porto Velho, entre em contato com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) no telefone 0800 647 1320 ou  Whatsapp (69) 98423 4092. O atendimento é das 8h às 18h, diariamente.

Se suspeitar da danificação de bens públicos pelo fogo, ligue para o Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia, no 193.

Para denúncias na área rural, ligue para 0800 6471150 ou na ouvidoria da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) no telefone  0800 647 11 50,  Whatsapp (69) 98482-8690,  (69) 3212-9648 ou e-mail: [email protected].

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