Residentes do Hospital Regional de Cacoal elaboram cartilha voltada à saúde mental dos servidores
Foi pensando em “cuidar de quem cuida” que três psicólogas do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Intensivos do Hospital Regional de Cacoal (HRC) elaboraram uma cartilha com o objetivo de provocar a reflexão em médicos, enfermeiros e todos os servidores da saúde envolvidos ou não no atendimento aos casos suspeitos e confirmados de Covid-19. O HRC é uma das unidades hospitalares referência no estado de Rondônia para o enfrentamento da doença causada pelo novo coronavírus.
A cartilha intitulada “Autocuidado – Cuidando de quem cuida” está sendo disponibilizada no formato digital, e foi produzida pelas psicólogas residentes Mayra Rodrigues Leite e Thainá Sampaio Ribeiro, sob a orientação da psicóloga hospitalar e tutora do programa de residência Nádia Maria Silva Montelo.
Conforme abordagem das psicólogas, a pandemia “traz diferentes impactos ao longo do tempo, que provocam sofrimento psicológico e que podem ser vivenciados por diversas pessoas, seja por meio de emoções excessivas e persistentes, tais como tristeza, raiva, culpa e medo, humor deprimido, irritabilidade e desânimo”.
Segundo as psicólogas, este período pode afetar qualquer pessoa de diversas formas e alguns dos alertas são quanto à alimentação, seja pela perda do apetite ou compulsão alimentar; o sono, como o aumento ou diminuição nas horas dormidas ou a qualidade do sono; nas relações interpessoais, devido às exigências quanto ao isolamento que afetam relações sociais e familiares; e na relação intrapessoal, com o surgimento de conflitos internos que alteram o nosso autocontrole, autoestima e autoconfiança.
Através da cartilha “Autocuidado – Cuidando de quem cuida”, as psicólogas Mayra Rodrigues Leite, Thainá Sampaio Ribeiro e Nádia Maria Silva Montelo trazem algumas sugestões e conselhos para aliviar a tensão, sendo eles:
- Prática de atividade física – As atividades físicas auxiliam no bem-estar, contribuem para a melhoria na qualidade de vida e na disposição em tarefas do dia a dia. Com a prática, se alcança a redução dos níveis de hormônios estressores, podendo gerar euforia, alívio e aumento da autoestima.
-
Música – A música pode trazer lembranças, promover reflexão, proporcionar bons sentimentos. Pode-se inserir no dia a dia esse hábito de modo que atue positivamente em sua vida. Escolha uma canção, aprecie a letra, a melodia. Separe esse momento para você.
- Consumo de informação – Muita informação aumenta o nível de ansiedade. É importante filtrar as informações acessadas e reduzir o tempo do dia que é dedicado a isso. Não é ficar alheio ao que tem acontecido, mas buscar saber com equilíbrio.
- Fortalecimento das relações interpessoais – Há momentos que você poderá precisar de ajuda. Aceitar apoio, não significa que não somos bons o suficiente, apenas indica que uma situação pode ter resoluções que, por você estar tão envolvido, não tenha sido possível perceber. Quando alguém ao nosso lado precisar de ajuda, você não precisa fazer algo extraordinário. Uma atitude singela de ouvir o outro com atenção, disponibilizar-se para ele naquele momento podem ser fundamental.
- Espiritualidade – Trata-se da busca por sentido nas coisas que acontecem inclusive de dor e sofrimento. Pode reduzir a tensão muscular, pressão arterial durante os períodos de oração, meditação ou outras práticas. É ainda fonte de suporte
A cartilha, inicialmente pensada visando à saúde psicológica dos servidores da saúde, já superou as barreiras da unidade hospitalar e hoje circula entre toda a comunidade, especialmente pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.