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Você já deixou de ter relação porque seu corpo não segue o padrão estético?

Como você se sente em relação ao seu corpo? Infelizmente, ao redor do mundo, a maioria das pessoas responde a esta pergunta de forma negativa – não importando suas formas físicas.

Isso foi confirmado por uma pesquisa feita recentemente pelo aplicativo de relacionamentos Badoo com mais de cinco mil pessoas de cinco países diferentes, incluindo o Brasil. De acordo com o levantamento, 63% dos entrevistados se sentem inseguros com os próprios corpos ao compará-los com o que veem nas grandes mídias.

Dessas pessoas, 60% afirmou que a preocupação estética se estende para o tamanho e aparência de seus órgãos genitais. Sem contar que 58% das mulheres entrevistadas afirmaram já terem chegado a recusar sexo por não estarem depiladas.

Segundo a terapeuta sexual Luísa Miranda, a dificuldade que muitas pessoas têm em lidar com questões como aparência física podem surgir ainda na infância, se elas não tiverem criações empoderadoras.

“Quando os pais não incentivam os filhos a desenvolverem certas habilidades sociais e de comunicação, como autonomia e autenticidade, essa pessoa cresce com dificuldade de lidar com algumas coisas. Isso reflete na autoestima e na maturidade sexual”, explica.

Na fase adulta, ao se deparar com os pesos sociais e padrões impostos – tanto para mulheres quanto para homens, essa pessoa tende a ter impactos negativos na vida sexual. “Para as mulheres existe a pressão de ser boa esposa e sexy na cama; para os homens de serem máquinas sexuais que nunca mostram vulnerabilidade. Nosso corpo e nossa mente não dão conta, e na cama isso vai aparecer”, diz a psicóloga.

Comparações injustas
Padrões estéticos falam diretamente sobre como as pessoas se veem no espelho e, consequentemente, se manifestam sexualmente. Ou seja, uma vez que o indivíduo não se sente “perfeito” de acordo com o que foi imposto, ele não se sente seguro.

“Mas esse lugar de segurança que a mídia coloca é quase impossível de se chegar, a não ser que você tenha muito dinheiro, possibilidades de viver em salões etc., como no exemplo da depilação. E isso é surreal, porque uma parcela muito pequena da sociedade consegue viver isso. Então é muito injusto colocá-la como parâmetro e se comparar com ela”, afirma.

E as comparações e padrões inalcançáveis não param no âmbito estético, uma vez que ainda há um processo de genitalização e disputa performática no sexo. Para quebrar esse ciclo, Luísa garante que é preciso praticar mais a aceitação do outro e menos o olhar crítico na cama.

“A sociedade está lutando, principalmente nós mulheres, para um sexo mais confortável, com mais curtição, de mais conexão”, finaliza.

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