Saúde

ENTENDA: Uso de paracetamol na gravidez pode atrasar desenvolvimento do bebê

Uma pesquisa recente do Hospital Mount Sinai, de Nova York, publicada no European Psychiatry, constatou a relação entre o uso de paracetamol na gestação e o atraso no desenvolvimento da linguagem de bebês.

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Para realizar o levantamento (o primeiro a traçar esse paralelo), os pesquisadores conversaram com mais de 700 mulheres grávidas, de 8 a 13 semanas de gestação, e avaliaram a quantidade e a frequência do uso de paracetamol nesse período.

No estudo, foram consideradas com atraso no desenvolvimento da linguagem as crianças que, aos 30 meses de idade (ou seja, por volta dos dois anos e meio), apresentavam um vocabulário reduzido quando se comunicavam, com um repertório de menos de 50 palavras.

Os pesquisadores constataram que cerca de 10% das crianças cujas mães faziam uso do medicamento apresentaram algum nível de defasagem.

Os resultados do estudo

Aproximadamente 10% das crianças observadas no estudo apresentaram algum nível de atraso na linguagem. Cruzando os dados com o uso do paracetamol durante o período da gestação, os pesquisadores constataram os seguintes pontos:

  • Em números gerais, foram registrados mais casos de atraso no desenvolvimento da linguagem em meninos do que em meninas.
  • Meninas cujas mães utilizaram altas quantidades de paracetamol na fase inicial da gestação (no mínimo seis vezes entre a oitava e a décima terceira semana) apresentavam um risco seis vezes maior de apresentar algum atraso do que meninas de mães que não fizeram uso do medicamento.
  • Há uma relação direta entre o prejuízo na linguagem e uso do paracetamol. Quanto mais as mães utilizaram o medicamento ou apresentaram uma alta concentração do fármaco na urina, maior a chance do filho ter esse déficit na comunicação.

Vale lembrar que estudos anteriores já buscaram outras consequências do uso em excesso do paracetamol durante a gravidez, associando-o a sintomas de autismo e hiperatividade infantil. Porém, a conclusão dos especialistas não indica que o medicamento deve ser evitado completamente, já que ele é um dos principais ativos para controlar condições como a febre, que pode afetar tanto a mãe quanto o bebê.

A melhor solução, portanto, é conversar com o seu médico sempre que precisar utilizar qualquer remédio e nunca se automedicar, para evitar o risco de ingerir uma alta quantidade de determinados ativos que façam parte da composição de vários medicamentos diferentes.

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