Brasil

Wanderson Oliveira é exonerado da secretaria de vigilância em saúde do governo Bolsonaro

O governo federal exonerou na noite desta segunda-feira o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira. Como O GLOBO revelou no domingo, ele já havia enviado uma mensagem aos colegas de pasta dizendo que deixaria o cargo.

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A portaria de exoneração é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, e o texto informa que ele deixou o posto “a pedido”.

Enfermeiro de formação e com doutorado em epidemiologia, Wanderson era remanescente da equipe do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Servidor civil do Hospital das Forças Armadas, onde é enfermeiro epidemiologista, ele se reapresentará ao órgão de origem

“Apesar de sair da função de secretário de Vigilância em Saúde, continuarei ajudando ao ministro (Eduardo) Pazuello nas ações de resposta à pandemia. Somos da mesma instituição, Ministério da Defesa, e conosco é missão dada, missão cumprida”, afirma Wanderson na mensagem em que se despede de colegas.

Depois da demissão de Mandetta, outros auxiliares já haviam deixado a pasta: o secretário-executivo, João Gabbardo; o secretário de Ciência e Tecnologia, Denizar Vianna, que virou assessor especial na gestão de Nelson Teich; e o secretário de Atenção Primária à Saúde, Erno Harzheim.

Wanderson é um dos principais responsáveis pela estratégia de combate à Covid-19 no Brasil e elaborou as chamadas “medidas não farmacológicas”, ou seja, que não envolvem medicamentos, incluindo o distanciamento social.

Antes mesmo da saída de Mandetta, quando a situação do então ministro já estava insustentável devido às divergências com o presidente Jair Bolsonaro, que pressionava pelo fim do distanciamento social e pela liberação do uso ampliado da cloroquina, em meados de abril, Wanderson pediu demissão. Na ocasião, Mandetta não aceitou que ele deixasse o posto.

Com a saída de Mandetta e a chegada do oncologista Nelson Teich, Wanderson manteve a posição de que sairia, mas se colocou à disposição para ajudar na transição, antes de tirar um período de férias, de 4 a 19 de maio. Teich foi demitido e, agora, o ministério é dirigido pelo general Eduardo Pazuello, que nomeou mais de 15 militares para postos-chave.

No retorno das férias, em conversa com Pazuello, ficou definido que Wanderson deixará o cargo no dia 25.  Antes da gestão de Mandetta, Wanderson eve passagens anteriores pelo Ministério da Saúde, onde atuou nas epidemias de H1N1 e zika. Ele Também já foi pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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